quarta-feira, 22 de junho de 2011

BOAS FESTAS JUNINAS

Caros amigos e amigas.

São Jão é no interior, né? E no interior a vida real - felizmente - ainda é maior, bem maior, que a vida virtual. Pelo menos no meu caso.

Assim, não tenho muito acesso à INTERNET quando estou na casa da minha família e, cá pra nós, não me mobiliza muito ir à lan-house.

Assim, ficaremos um tempo sem postar, sem atualizar as páginas, mas - sem dúvida - atualizando a vida e produzindo muita experiência a ser postada, fotografada ou mesmo encenada no futuro.

Grande abraço a todos!

Bom São João, São Pedro e 2 de Julho!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

DE ARTISTA A MECENAS: sempre um fenômeno



Muito se tem criticado Ronaldo Fenômeno  porque é um grande hobby, para alguns, criticá-lo, sobretudo aqueles que têm uma dorzinha quando assistem ao sucesso alheio.

Sei que Ronaldo não é nenhum santo. Sei que a comoção que a Globo tentou criar na sua despedida da seleção não colou e ficou mesmo foi uma senhora canastrice. Uma sugestão do que talvez fosse para ser. Enfim, análise dos espetáculos, por quem está meio que condicionada a ver a vida assim. Isso é bom e ruim...

Mas, o personagem-ator-jogador em si, ah, desse todo mundo sabe que eu sou fã mesmo. E olha que eu tento achar os defeitos dele maiores que suas qualidades, mas eu não consigo.

Eu achei muito generoso, corajoso e provocador ele ter a coragem de fazer uma despedida daquele jeito. Gordo até não poder mais. Pesado, sem reflexo. Quem mais poderia se dar ao luxo de terminar a carreira como atleta mostrando todas as suas antigas qualidades transformadas em defeitos? Quem se permitiria protagonizar um espetáculo revelando a distância entre o que outrora era virtuose e agora vira piada?

Só os grandes homens (e mulheres) são capazes de rir de si mesmo. De reconhecer seus 'agoras' e viver com eles, e incorporá-los à sua nova condição.

E Ronaldo, gênio que é, sabe que pode rir e fazer rir os outros de sua inabilidade no campo, porque sabe que dela não precisa mais, a não ser como memória, como tijolos firmes e rijos de uma sólida história.

Pode rir de si mesmo, o Fenômeno, porque até mesmo este gesto o aproxima do homem comum, faz dele o Ronaldo gente, simpático, carismático e amigo próximo.

Agora, ele vai dedicar-se àquilo que tanto fez jogando pesado no campo: ganhar dinheiro. Assistindo ao jogo de despedida, uma amiga falou:

"Gente, esse homem ganhou muito dinheiro."

Eu disse:

"Que nada. Ele vai começar a ganhar dinheiro agora."

George Matos, leitor e amigo de infância, mandou pra mim por email um texto de um blog falando desse Ronaldo empresário TRISTE FUTEBOL DA ERA RONALDO e de alguma forma, criticando sua atuação nessa área, fazendo uma ligação entre essa nova era Ronaldo, com o momento do futebol em que o dinheiro é quem manda. Eu entrei na briga com ele e respondi:

"O mercantilismo do futebol não é uma invenção de Ronaldo, e este não é o primeiro culpado por o futebol estar se tornando a merda que está (como o teatro fez no século XIX e XX). Fica parecendo que é culpa de Ronaldo. Eu acho uma merda também, futebol ser indústria, e o público ficar cada vez mais distante. Eu gostaria muito que o futebol conseguisse vencer este modelo, o que não foi possível com o teatro. Agora, volto a repetir, Ronaldo não é o inventor deste modelo. Talvez o modelo inventado por Ronaldo é o de que a grana não vai só para a mão do cartola, mas do jogador empresário. Ou melhor, de que o lugar do jogador não é mais apenas o de suar a camisa, se desgraçar de trabalhar fisicamente e ficar com 'cachê'. Eu acho que, pelo menos, Ronaldo inaugura o modelo do jogador que pensa - e pensa muito - na profissão como investimento, sobretudo para depois da aposentadoria. Não estou dizendo que este modelo é bom, só não acho pior do que o dinheirão ir para a mão dos cartolas."


Pois eu sei que meus argumentos são meio (ou muito) ingênuos para quem é expert em futebol (ora, somos todos experts em futebol... até doutorandos!) É que eu prefiro falar assim, com meus argumentos toscos, mas é o que eu penso mesmo, sabe, essa minha admiração por Ronaldo que é meio de todo brasileiro e eu acho que os comentaristas e colunistas e especialistas e tudo-istas tem uma tendência a escrever sobre as coisas com as quais não concorda e fica um reclama-reclama sem fim. E no fundo (eu escrevo blog de futebol e de teatro e sei bem que) quem escreve - sobretudo se dizendo especialistas - escreve porque de algum modo, em algum lugar do passado desejou fazer do universo sobre o qual escreve seu próprio mundo, sua própria história e, por uma razão ou por outra, não conseguiu e, tranquilamente (ou não) continua no ramo, só que comentando, criticando, criando hipóteses, sugerindo como seria se fosse ele...

Eu, por mim, gosto muito de falar das coisas que gosto e assumir algumas das minhas dúvidas e inabilidades (aquelas que consigo enxergar). E se é pra falar do que eu gosto, pode ter certeza, que vai rolar o nome do Fenômeno no meio.

Porque, como já falei inúmeras vezes, admiro sua simpatia, seu carisma, seu talento, sua competência para o jogo e para o mercado. A forma como se faz respeitar por todos, sobretudo por essa mídia nojenta que respeita pouquíssima gente. Admiro sua história, sua trajetória, a forma como conduziu e como continua conduzindo sua carreira. Considero-o um marco na nossa geração e um modelo de insistência e perseverança.

Se sai do palco do futebol, como artista genial que foi, entra para seus bastidores, e quem sabe possa introduzir neste mundo mercantilista cinza e estéril, alguma vida, alguma alegria e algum valor humano. Respeito, inteligência e humanidade para isso, eu tenho certeza que ele tem. A REVISTA PLACAR deste mês dedica-se a reconhecer o talento do menino dentro e fora do Campo. Apesar de ser um texto chato, vale a pena conferir.


É bolada, artista-empreendedor!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

HOCKEY: Uma cidade desvelada num esporte paixão nacional - Por Cecília Accyoli

Gente.

A bonita da Cecília não foi para Pituaçu com a gente, quando a turma de doutorado foi ver BAHIA X NÁUTICO o ano passado. Ela foi viver coisa parecida lá no frio do Canadá, pode? E aí, a gente conversando sobre a experiência eu a INTIMEI a escrever para o Blog. Quando ela voltar, já sabe, né: sol escaldante na cabeça. Pituaçu, sem falta, bonita.

Curtam um pouquinho da paixão nacional canadense.


Cecília, cumprindo créditos no Canadá

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Como me descobri CANUCK!!! Cecília Accioly


A convite de minha querida Drica, aceitei o desafio de escrever esta nota sobre uma experiência completamente nova:

Assistir (e torcer) a um jogo de Hockey!

Fomos, eu e alguns amigos canadenses, a um típico pub, em Downtown Vancouver, assistir à semi-final da Stanley Cup – da Liga Nacional de Hockey (NHL). A primeira coisa que passou pela miha cabeça foi: como se assiste a este jogo? Quais as regras? Pode gritar? Como seria torcer por um jogo que eu ainda não conhecia?

O jogo: San Jose Sharks vs. Vancouver Canucks. Semi-final. Jogo de volta – os Canucks ganharam o primeiro na ensolarada casa do adversário. O pub lotado. Todos em seus acentos com olhos nos enormes televisores espalhados pelo local. Todos de azul, branco e verde...eu estava de azul.

E para comer?? Via os garçons freneticamente passando com os enormes sanduíches – tamanho canadense – muitos nachos, yam fries... para mim: Chicken BBQ pizza. O jogo teve sabor de pizza de frango ao molho de churrasco com cebolas roxas, coentro e jalapeño. Enormes copos de cerveja de aveia desfilavam e faziam barulho nas mesas, acompanhando os sons dos talheres, das conversas...

O jogo começa...uma enorme tensão se instala. Primeiro, o hino estadunidense do adversário visitante, depois, o local para, todos se levantam, e cantam a plenos pulmões com todo orgulho seu hino bilingue: “O Canada! Our home and native land! … Ô Canada! Terre de nos aïeux...”, “O Canada, we stand on guard for thee. … Protégera nos foyers et nos droits”. O disco é liberado, e começa o movimento dos jogadores.

A velocidade é incrível! A agilidade dos jogadores também. O jogo dura um total de 60 minutos, divididos em três tempos de 20 minutos, com intervalos de trinta minutos e mais dois minutos de intervalo durante cada tempo para os comerciais da TV. Sendo necessário, tem-se mortes súbitas até que o jogo se defina.

E, de repente, aqueles cidadãos silenciosos, com um enorme respeito ao espaço individual alheio, que falam baixo, e se tocam em caso de necessidade ou intimidade se transformam.

Eles gritam como se interferissem no andamento do jogo, xingam o técnico, o juíz, levantam, roem unhas, acompanham com radinhos (no país da tecnologia, são seus iPods, iPads, iPhones4...mas da mesma forma que conhecemos aquelas criaturas que precisando de mais de uma narração assistem pela TV e ouvem seus radinhos de pilha que não abandonam neste momento de sofrimento, paixão...deleite.).

E o grito de GOOOOOOLLLLL! Sim, no Hockey grita-se gol...Goal! Meta atingida! E as pessoas se abraçam...e se sentem no estádio – por sinal bem perto dali – e beijam suas camisas, e choram, e pedem mais cerveja, e comem mais snacks...e eu mais uma fatia de minha pizza.

Resultado do Jogãããão: 3 para o Canucks, 2 para o Sharks! Sim...os tubarões perderam num jogo eletrizante, hipnotizante, de movimentos rápidos, certeiros, de lâminas cruzando o gelo, de jogadores imprensados contra as paredes que cercam a arena, de tacos e miras e um fantástico espírito de equipe! Lindo!

E o VANCOUVER CANUCKS, após 17 anos, está na FINALLLLL!!!! O narrador gritava sem parar! Do jeito que nós conhecemos, falando rápido, abraçando os comentaristas – técnicos, jogadores e juízes antigos que, não atuando mais, participam com seus discursos verbais...

E vi a cidade tomada por bandeiras, pessoas orgulhosamente vestidas....e percebi que elas sempre estiveram lá...explodindo deste amor pelo time, mesmo ele não estando numa final há 17 ANOS. Mas de repente às enxerguei pelo jogo, e de repente eu estava torcendo também, e de repente gritava xingamentos e falava com o técnico através da TV... e perguntei a um de meus amigos o que significava Canuck...: “é o mesmo que canadense, só que num apelido...”. E lembrei da Bahia e do Baêa... e via as pessoas gritando “Go Canucks, Go!” nas ruas...e os mesmo dizeres nos ônibus...e vi uma cidade apaixonada...e pelo jornal, um país apaixonado pelo seu representante nesta copa norteamericana.

A Grande Final terá início nesta quarta-feira, 1 de junho de 2011. Mas o sofrimento é enorme, pois dura 7 jogos. E dia quinze de junho de 2011 teremos finalmente o resultado, na Arena Rogers, Casa dos Canucks, do último jogo entre o time de Vancouver e o BOSTON BRUINS.

Uma linda batalha do Oeste contra o Leste... E que vença o melhor...mas, de coração, GO CANUCKS, GO!!!!!

É bolada, canadense!!!

Links elucidativos:

http://www.nhl.com/index.html


http://canucks.nhl.com/